Humana Brasil, TerraMar, SEMA e comunidades juntos na proteção de espécies marinhas ameaçadas de extinção na Bahia

A costa brasileira é uma das maiores e mais belas do mundo, com mais de 8,5 mil quilômetros de extensão, possuindo uma biodiversidade única e abrangendo uma grande variedade de ecossistemas. Próximo a este grande pedaço de mar, milhares de famílias e comunidades vivem da pesca artesanal, tendo o caranguejo guaiamum e o camarão como principal fonte de renda, por exemplo.

Contudo, devido as ações humanas que impactam o meio ambiente, esta área encontra-se degradada, fazendo com que muitas dessas espécies entrem em estado de ameaça, necessitando de ações que as protejam e criem uma harmonia com as comunidades pesqueiras das regiões e assim continuem praticando a pesca artesanal de forma sustentável.

Para ajudar a preservar as espécies marinhas ameaçadas na costa da Bahia, a Humana Brasil, junto com as comunidades pesqueiras das regiões Extremo sul até o Baixo Sul e um conjunto de especialistas, tem o compromisso de elaborar Planos de Recuperação para treze espécies de peixes e crustáceos ameaçadas de extinção. Esta importante ação conta com o apoio do Projeto TerraMar, que visa fortalecer a gestão de áreas costeiras e marinhas protegidas (ACMP) por meio de estratégias de conservação e uso sustentável da biodiversidade, experiência essa que a Humana Brasil possui ao longo de anos de trabalho com o Programa Clube de Pescadores.

O Projeto TerraMar é uma cooperação internacional entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Ministério Federal do  Meio Ambiente Proteção da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha (BMU), por meio da Gesellschaft fur Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e busca promover a gestão ambiental integrada do espaço continental e marinho para a conservação da biodiversidade em duas regiões: Costa dos Corais e a Região dos Abrolhos (que abrange a área costeira e marinha entre Canavieiras-BA e Linhares-ES). No estado da Bahia, o Projeto conta com a parceria da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA-BA).

A principal abordagem para elaboração dos Planos de Recuperação é o contato e a escuta com as comunidades, resgatando o conhecimento ecológico local e tradicional sobre as espécies e a pescaria daquela região, envolvendo todos os pescadores e marisqueiras neste processo. “O trabalho da Humana Brasil sempre foi feito ombro a ombro, lado a lado com as comunidades. Assim, poderemos aliar o conhecimento tradicional local com o conhecimento técnico-científico, criando estratégias integradas com a comunidade para conservação da biodiversidade da costa baiana”, comenta José Carlos Bezerra, coordenador do Projeto.

As ações previstas no processo de elaboração dos Planos de Recuperação serão desenvolvidas entre os territórios do Extremo Sul até o Baixo Sul da Bahia e terão duração inicial de um ano. Ao final de suas atividades, além dos planos de recuperação, será possível obter uma base de dados sólida e confiável com a categorização das espécies ameaçadas e um estudo socioeconômico das regiões trabalhadas.